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Adolescentes - cuidar das emoções - sintomas e cuidados

O impacto de crises graves e globais, como esta que estamos a viver, é variável e está dependente da forma como o fenómeno em si se desenvolve e dos danos que poderá causar em termos físicos, psicológicos e sócio económicos.


Regista imediato impacto nas relações mais íntimas, as familiares. Estivemos perante uma alteração grave e forçada das rotinas e hábitos das famílias que, naturalmente, podem criar uma crise.


IOs adolescentes tal como os adultos, apresentam alguns comportamentos e atitudes que poderão indiciar sofrimento emocional significativo, é por isso muito importante que a família esteja atenta e desenvolva comportamentos e atitudes que possam atenuar o sofrimento emocional.


Por exemplo, o adolescente pode apresentar os seguintes sinais:

  • Aparecimento de sintomas psicossomáticos – nomeadamente dores de cabeça e reações cutâneas semelhantes a alergias ou irritações de pele;

  • Distúrbios no sono – insónias ou hipersónias;

  • Distúrbios alimentares – perda de apetite ou apetite voraz;

  • Comportamento de maior energia ou, pelo contrário, comportamentos de perda de energia e apatia;

  • Ignorar comportamentos de promoção de saúde – fingir que cuidados preventivos não são importantes e desafiar os conselhos transmitidos;

  • Isolar-se ou distanciar-se ainda mais dos pares ou da família;

  • Aparecimento de preocupações relacionadas com comportamentos estigmatizantes e de injustiça;

  • Dificuldade em integrar novas rotinas;

  • Resistência ao trabalho escolar.

Identifico comportamentos/atitudes a desenvolver, em família, que podem atenuar estes sintomas:

  • Mais paciência, tolerância e transmissão de segurança nas tomadas de decisão;

  • Encorajar a continuidade de rotinas que transmitam segurança e impliquem a participação ativa em tarefas e atividades variadas;

  • Mostrar disponibilidade para falar e ouvir preocupações relacionadas com o momento atual de crise – estes momentos são essenciais em família, mas também no grupo de pares;

  • Respeitar o tempo ou o momento para conversar – aguardar a motivação para que tal aconteça sem forçar;

  • Permitir o contacto frequente com os amigos através de telefone ou internet;

  • Promover a participação em rotinas familiares, incluindo tarefas diárias domésticas, apoio aos irmãos mais novos, planeamento de estratégias para ultrapassar a situação e para adquirir hábitos promotores de saúde;

  • É importante limitar a exposição aos media, conversar sobre o que viram/ouviram.

  • Discutir e abordar eventuais estigmas, preconceitos e potenciais injustiças que ocorram durante o surto.


A fase da adolescência comporta em si naturais desafios. É uma fase de busca de novos equilíbrios. A exigência emocional da atual crise pode constitui-se como outro fator stressor. Espaço para conversar, envolto numa interação de plena aceitação, podem criar uma oportunidade para gerir emoções tensas e confusas.


Deixe o seu comentário e as suas dúvidas.


Psicóloga

Isabel Morais





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